quinta-feira, 21 de julho de 2011

Na Paraíba: Chuva de individualismo, seca de coletividade


Não tem jeito. Toda água do mundo caindo na Paraíba, levando estradas, pontes e casas, mas deixando intacta a nossa pequenez política.

Quase tão triste quanto observar o sofrimento e o desespero de milhares de famílias desabrigadas é ver que nossos políticos, até em momentos como estes, não conseguem se distanciar das disputas políticas.

Em Brasília, deputados do PMDB e do PT da Paraíba, além dos senadores Vital do Rego Filho e Wilson Santiago, deveriam abrir as portas de seus gabinetes e se colocarem à disposição do governo do Estado para assegurar a promessa e, especialmente, acelerar a liberação de verbas para atenuar os efeitos das chuvas.
Não vimos nada disso. Além de adotarem uma política “cada um por si”, ainda há os que, irresponsavelmente, abrem a boca pra criticar no lugar de ajudar. Ou seja, nem ajudam e ainda gastam verbo e tempo pra falar de quem faz.

O deputado estadual Luciano Cartaxo (PT), por exemplo, chegou a cobrar que o Estado gastasse o próprio dinheiro no lugar de pedir ao governo federal.  Já a deputada Daniella Ribeiro (PP) chegou a divulgar nota criticando o que chamou de “demora do governo em atender os necessitados”.
Cartaxo não deveria estar lutando junto ao PT cobrando exatamente o contrário? E Daniella Ribeiro não deveria estar cobrando do PP, que responde pelo Ministério das Cidades, ajuda aos paraibanos?
Ilusão treda. A unidade da classe política da Paraíba não funciona nem em cenários trágicos. Isso é uma tragédia. No clima instável da Paraíba, chove individualismo e falta coletividade.

Por Luís Tôrres

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