terça-feira, 11 de outubro de 2011

Greve dos bancários inicia terceira semana


Os bancários iniciam nesta terça-feira (11) a terceira semana de paralisação por aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Ao menos 9.090 agências de bancos públicos e privados devem ficar fechadas em 26 Estados e no Distrito Federal no 15º dia de paralisação, a mais abrangente dos últimos 20 anos feita pela categoria.
A Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) diz que vai avaliar a greve nesta terça e pode “ampliar ainda mais o movimento, diante do silêncio da Fenaban [Federação Nacional dos Bancos] em retomar as negociações”.
A greve da categoria já é a maior nos últimos 20 anos, superando o pico de 2010, quando os bancários pararam 8.278 agências em todo país. Só na região metropolitana de São Paulo, a greve paralisa 812 locais de trabalho, sendo 16 prédios administrativos de banco, abrangendo 25 mil trabalhadores, de acordo com dados do Sindicato dos Bancários de SP, Osasco e Região.
Apesar disso, a reportagem do R7 encontrou várias agências de bancos privados funcionando normalmente e não fazendo qualquer menção à greve. Todas elas, inclusive as dos bancos públicos que aderiram à parada, mantêm caixas eletrônicos funcionando e atendimento telefônico.
A compensação bancária ocorre normalmente e, em alguns casos, dá até para os clientes entrarem nas agências para pagar contas e sacar dinheiro na boca do caixa.
Os bancários entraram em greve no dia 27 de setembro, depois de rejeitarem a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban na quinta rodada de negociações, que significa apenas 0,56% de aumento real. Os trabalhadores do setor querem 5% de aumento acima da inflação, ou seja, reajuste de mais de 12%.
Como pagar as contas nesse período? Há algumas alternativas como internet, caixa eletrônico, telefone, lotérica e até lojas e supermercados.
O caixa eletrônico permite todas as operações que seriam feitas na “boca do caixa” dentro das agências. A Febraban diz que há 179 mil caixas eletrônicos espalhados pelo país. É possível encontrar um perto de você pelo site da federação (www.febraban.org.br/buscabanco).
Para quem tem dívidas para pagar e não possui cartão para uso em caixa eletrônico, as lotéricas, lojas e supermercados podem ajudar, já que são correspondentes bancários e aceitam a quitação de diversas contas. A Febraban diz que 165 mil correspondentes estão aptos a atuar como bancos, inclusive permitindo saques de pequenas quantias.
No caso das contas de tarifas públicas como água, telefone, e energia, a orientação é para que o cliente procure as empresas que fornecem esses serviços para negociar uma saída. Além dos correspondentes, há o débito direto autorizado (que depois é liberado na conta-corrente pelo caixa eletrônico) e o débito automático que permitem o pagamento.
Se as contas estiverem atrasadas, o cálculo de taxas de multas é feito pelas próprias empresas e o valor extra vem na fatura do mês seguinte.

R7.com

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GREVE DOS BANCÁRIOS: SAIBA COMO FAZER PARA PAGAR SUAS CONTAS


A greve não pode prejudicar o consumidor. Especialistas orientam, no entanto, que ele deve fazer a sua parte, buscando canais alternativos para quitar as dívidas.

Os bancários estão paralisados desde 27 de setembro. Eles pedem um aumento real de 5% nos salários; os bancos propuseram 8% de reajuste, sendo 0,56% de aumento real.
Os especialistas dizem que é importante se prevenir de eventuais cobranças de multas por atraso, guardando provas da tentativa de pagamento da conta. Segundo o advogado especializado em direito bancário Alexandre Berthe, quem for cobrado pode recorrer ao Procon ou ao Juizado Especial Cível.

Confira abaixo as orientações dos especialistas

1) Canais alternativos
Quem precisar pagar uma conta e encontrar a agência fechada deve tentar fazer o pagamento por outros canais, como caixa eletrônico, internet, telefone e correspondentes bancários (além das lotéricas, alguns hipermercados oferecem o serviço);

2) Negociação com o fornecedor
O pagamento de mensalidades pode ser negociado diretamente com escolas ou operadoras de planos de saúde, por exemplo. O consumidor deve pedir uma prorrogação do prazo de vencimento ou outra forma de pagamento, como débito na conta. As empresas são obrigadas a oferecer outras opções;

3) Multas
O Idec informa que, como a greve não é uma situação gerada pelo consumidor, o atraso no pagamento não deve gerar penalidades para ele. Caso o pagamento não seja possível, a dívida não poderá ser cobrada com juros ou multa;

4) Provas
É interessante manter alguma prova da tentativa de pagamento, como uma foto tirada do celular mostrando que a agência estava fechada, para evitar a cobrança de multas ou juros. As próprias notícias publicadas pela imprensa informando sobre a greve podem servir como prova;

5) Protocolo de atendimento
O consumidor que entrou em contato com a empresa pedindo uma alternativa para pagamento deve anotar o dia e a hora desse contato, além de pedir o número de protocolo de atendimento. Essa é outra maneira de se evitar cobranças futuras, sugere o advogado do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Flávio Siqueira Júnior;

6) Procon e Juizados
Se o consumidor tentou pagar a conta, não conseguiu e ainda assim foi cobrado de multa ou juros pelo atraso, ele deve fazer o pagamento, para não ter o nome incluído em cadastros de proteção ao crédito. Depois, deverá registrar queixa no Procon ou nos Juizados Especiais Cíveis;

7) Financiamento imobiliário
A greve pode gerar atraso na análise e na aprovação de financiamentos de imóveis, e algumas certidões que o consumidor obteve em cartório e levou ao banco poderão vencer nesse período. Mas, segundo o advogado Alexandre Berthe, o banco é que terá de assumir a despesa, caso seja necessário tirar novas certidões;

8) Cuidado com a segurança
O consumidor que não tem o hábito de usar caixa eletrônico e quiser pagar alguma conta não deve pedir ajuda a estranhos. Como não haverá funcionário da agência para prestar ajuda, ele deve levar alguém para ajudar, se necessário. “Aumenta muito a quantidade de golpes nos períodos de greve”, diz o advogado Alexandre Berthe.

Por Carlos Henrique