sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Magno Martins no rastro da bandalheira


Numa visita a Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste Setentrional, este blogueiro começou uma incursão aos municípios pernambucanos que se encontram praticamente Inadministráveis diante do caos deixado pelos prefeitos que se despediram em 1 de janeiro.
O quadro encontrado é chocante em termos de desmandos: computadores com a memória fiscal do município deletada, rombo nas contas da Previdência, salários atrasados em até três meses, incluindo o 13º salário.
Tudo isso e muito mais: roubos de equipamentos, como ar-condicionado, ventiladores e até uma geladeira se tornaram corriqueiros. Em Santa Cruz do Capibaribe, na folha de pessoal foi identificado até um coveiro-marajá, com salário de R$ 4 mil.
A cada informação levantada, um choque para os prefeitos Edson Vieira, de Santa Cruz, e Odon Ferreira, de Toritama, que recorreram ao recurso de decretos de emergência para tentar uma ordem jurídica de amparo às decisões que virão a tomar a partir de agora.
A sensação nos municípios, cujos cofres apareceram raspados pelos antecessores, é a de que a ação não se deu de forma isolada e pessoal, mas desencadeada por uma verdadeira quadrilha.
ARROMBADA – O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), montou uma verdadeira força-tarefa para começar a trabalhar. Para ter acesso ao seu gabinete, no dia da posse, teve que arrombar as fechaduras. Lá, não encontrou sequer uma cadeira para sentar e despachar. O dia de ontem foi para tentar montar um local com as mínimas condições de trabalho, mas os telefones ainda estavam mudos e não havia sinal para acessar a internet.
Falência em Santa Cruz leva prefeito a decretar emergência
um gde
Uma espécie de força-tarefa em andamento para montagem do gabinete do prefeito de Santa Cruz

O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), decretou, há pouco, estado de emergência para efeitos administrativos diante da situação de penúria em que recebeu a gestão do ex-prefeito Toinho do Pará (PTB). Com isso, o prefeito fica amparado na lei para fazer contratos emergenciais sem licitação por até 90 dias, caso seja comprovada a extrema necessidade.

Também passa a avaliar todos os contratos e optar pelos seus pagamentos ou não. Suspende os pagamentos das gratificações da gestão anterior e cria regras para novos contratos emergenciais. Pelo decreto, nenhuma despesa extra poderá ser feita pela equipe de secretários sem a autorização do prefeito.

Santa Cruz do Capibaribe é a segunda cidade do Agreste Setentrional a recorrer ao decreto do estado de emergência sob a alegação de que a situação deixada pela gestão anterior é praticamente ingovernável. Durante todo o dia de ontem (3), o prefeito ficou checando informações com a sua equipe.

A cada notícia chegada, um choque. “O município está um caos e não sabemos de fato quanto é o rombo total, porque a cada hora chegam informações inusitadas e chocantes”, disse o tucano, que tem trabalhado, nos últimos três dias, de sete da manhã até meia noite. 'Saímos do gabinete ontem perto da meia noite”, disse.

Enquanto Vieira perde o sono para administrar o quadro de terra arrasada, o ex-prefeito Toinho do Pará se volta agora para o futuro. O prefeito soube que, domingo passado, na antevéspera da sua posse, ele teria pagado a última fatura de uma fazenda na região do distrito de Poço Fundo.

foto gde
Esta é a mansão do ex-prefeito de Santa Cruz, Toinho do Pará (PTB)

Toinho se encaixa no perfil dos novos ricos. Uma das melhores casas da cidade é a dele, situada no bairro São Cristóvão, conforme foto feita por este blogueiro na passagem, hoje (4), pela cidade.
Por Magno Martins
Fonte: www.blogdomagno.com.br

Nenhum comentário: