A Juventude Democratas de Pernambuco, em razão dos fatos ocorridos recentemente envolvendo o secretário de Transportes, Isaltino Nascimento, divulga a seguinte nota:
Respeitamos o secretário sobretudo por não ter passado por sua cabeça dar uma “carteirada” nos agentes que o abordaram, ao mesmo tempo em que lamenta que alguém, autoridade ou não, coloque em risco a vida de terceiros ao assumir a direção de um veículo em estado de embriaguez. Tenha-se em conta ainda que, no fato envolvendo Isaltino, quem corria perigo também era sua própria filha.
Como qualquer cidadão brasileiro, Isaltino errou e deve pagar por isso nas formas da lei, motivo pelo qual não estamos bem seguros sobre o porquê de a multa correspondente à infração não ter sido aplicada como deveria. Cabe agora aos órgãos responsáveis explicar essa falha tão casual, tida como “mero esquecimento” de o PM lavrar o flagrante.
O carro dirigido por Isaltino, uma HILUX SW4, pertence a uma locadora que tem contrato com a Assembleia Legislativa. Segundo o secretário, o veículo é bancado por recursos próprios. Um carro como este não custaria de aluguel menos de uma dezena de milhares de reais por mês, praticamente o que ganha Isaltino no desempenho do cargo. Como ele explica isso? Afinal, quem anda pagando para que ele ande em um carro de luxo? Assunto pessoal? Não nos parece, a partir do momento em que se evidencia que Isaltino tem misturado o cargo público para ter regalias em sua vida privada. Será gravíssimo caso evidencie-se, como tudo indica, que o veículo de seu uso pessoal é pago pelo povo de Pernambuco.
Por sua vez, o governador Eduardo Campos, em um ímpeto de arrogância, achando que tudo pode, resolveu ignorar os fatos e as leis, e afirmou que o seu subordinado não havia cometido crime algum.
- Dirigir embriagado deixou de ser crime no Brasil?
- Andar em carro pago pelos cofres públicos, sem estar em serviço, e ainda mais bêbado, tornou-se práxis dos políticos de nosso país?
Ambas as perguntas são retóricas, e deveriam, em nome do bom jornalismo, terem sido formuladas ao governador no ato de sua fala. A sua alta popularidade não lhe dá o direito de solapar a legislação vigente a fim de defender os seus comparsas. A lógica é justamente a inversa: quanto maior sua aceitação popular maior deveria ser sua obrigação de atender aos anseios do povo, que, no caso, são pela exoneração imediata do secretário. Quem compactua com delitos e quem os comete não merece estar sentado na poltrona de um Palácio ou de uma Secretaria, e sim na de uma delegacia, prestando depoimento.
Por fim, lamentamos que parte da Imprensa de nosso Estado tenha feito grossas vistas a um ato tão maculoso e estapafúrdio quanto este. Não fossem às mídias eletrônicas, o fato teria sido totalmente relegado, e estaríamos nós mais uma vez alheios aos descalabros dessa gente.
Assim funciona o PT e o Governo de Eduardo Campos: Com uma moral completamente deletéria e travestida de socialismo.
Por Wagner Peixoto
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