O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 66 anos, acordou cedo hoje para enfrentar a sua primeira batalha contra o câncer. Às 8h em ponto terá que estar no ambulatório do Centro de Oncologia, no primeiro andar do prédio anexo do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Como será implantado um cateter, o ex-presidente estará em jejum. Apesar de ter demonstrado tranquilidade durante todo o domingo, ele confessou a amigos próximos que está com medo de ter a voz comprometida por causa do câncer de três centímetros na laringe, descoberto no sábado.
Já com o cateter ligado a uma veia profunda, Lula receberá a primeira dose de quimioterapia. No total, serão injetados hoje três medicamentos que agirão em conjunto para atacar as células cancerígenas. Se sentir dores, os médicos administrarão analgésicos. “Pelo protocolo padrão, serão aplicados primeiramente por duas horas doses dos medicamentos Cisplatina e Docetaxel. Em seguida, será injetado por cinco horas ininterruptas um terceiro medicamento chamado Fluoracil”, explica o oncologista Rodrigo Guedes.
Palanques
O ex-presidente passou o domingo em casa com a esposa, filhos e netos. Por orientações médicas, não recebeu visitas para preservar a voz e falou pouco até mesmo ao telefone. Para todos os médicos com quem conversa, Lula pergunta preocupado se poderá fazer discursos em palanques. A resposta vaga do tipo “esperamos que sim” e “é possível que você leve uma vida normal” deixa o petista angustiado. Ontem, ele aproveitou a visita do seu médico particular para fazer uma sabatina. “Claro que ele está assustado, pois é um ser humano”, ponderou Kalil Filho. Ao notar que alguns fotógrafos estavam usando sacadas de prédios vizinhos para tentar fazer imagens do interior do seu apartamento, Lula foi até a janela com um bebê no colo e fechou a cortina.Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
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