JUSTIÇA STF encerra último capítulo do julgamento do mensalão com mais dez condenações. Ex-ministro José Dirceu sofre novo revés
BRASÍLIA - Quase três meses após o início do julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) terminou ontem julgamento do último item da ação penal do mensalão, com mais dez condenações. O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu - que já havia sido condenado por corrupção ativa foi condenado pelo crime de formação de quadrilha. Pelo mesmo motivo, foram condenados outros nove réus, entre eles o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, e o operador do mensalão, Marcos Valério. Houve ainda um empate e duas absolvições. Assim, após 39 sessões - a primeira delas em 2 de agosto, o julgamento tem 25 réus condenados por pelo menos um crime, e nove totalmente absolvidos. Outros três estão com o destino ainda indefinido, pois os ministros se dividiram e o placar final foi o empate. Há também o caso de quatro reús que já foram condenados por um crime e o julgamento em outro item terminou empatado.
Ontem, a maioria dos ministros entendeu que houve uma associação estável dos réus com o objetivo de cometer crimes contra administração pública e o sistema financeiro nacional, permitindo assim o desvio de recursos públicos para a compra de apoio parlamentar no Congresso Nacional. Eles se organizavam em três núcleos: o político, compreendendo a cúpula do PT, o publicitário, que incluía Valério e pessoas ligadas a ele, e o financeiro, constituído por dirigentes do Banco Rural.
Este processo revela um dos episódios mais vergonhosos da história política de nosso País, pois os elementos probatórios que foram produzidos pelo Ministério Público expõem aos olhos de uma nação estarrecida, perplexa e envergonhada um grupo de delinquentes que degradou a atividade política transformando-a em plataforma de ações criminosas, disse o ministro Celso de Mello.
O relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, haviam votado na semana passada. Enquanto Barbosa condenou 11 dos 13 réus, Lewandowski preferiu absolver todos. Ontem, seguiram o relator os ministros Luiz Fux, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ayres Britto. Marco Aurélio votou na maior parte alinhado com Barbosa. Ficaram com o revisor: Rosa Weber, Cármen Lúcia e Dias Toffoli.
Fonte: Jornal do Comercio
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