quarta-feira, 7 de março de 2012

“Novo modelo de gestão...”



Tenho escutado alguns políticos de oposição e situação dizerem que “o município precisa de um novo modelo de gestão” (administração). É uma fala positiva, mas precária e inconsistente do ponto de vista teórico e pratico. Pois para construirmos o mesmo precisamos em primeiro lugar rompermos com determinados pensamentos e práticas que ainda prevalecem nos grupos políticos locais.

Tais pensamentos, como a fraca transparência na aplicação do dinheiro público em obras, programas, projetos e serviços dirigidos ao povo com pouca atenção aos princípios da eficiência e da economicidade (fazer bem feito e a preços justos) com a pacata participação social no processo de escolha das referidas políticas, fiscalização, preservação e manutenção das mesmas.

Para tratarmos de um novo modelo de gestão precisamos romper com a estrutura administrativa da prefeitura do ponto de vista da fragilidade da capacitação e qualificação profissional, do paternalismo e do clientelismo eleitoral. Muitas vezes o funcionário não tem responsabilidade pública da prestação das suas obrigações para com a população, motivada por fatores como baixa remuneração salarial, relações interpessoais e intersetoriais precárias, estabelecendo-se por estas razões os interesses partidários de grupo e pessoas acima dos interesses da coletividade.

É obvio que o rompimento desta cultura recorrente não acontece da noite para o dia, porém sem gestos concretos na mudança comportamental, estamos fadados ao insucesso do modelo, independente do lado partidário. Quando muito se produz u um amontoado de papeis sem valor.
Outro fator determinante para o “novo modelo de gestão” é o diagnóstico da realidade econômica, social, ambiental, cultural e administrativa do município. Isso não acontece com meras frases de efeitos, por mais bem intencionadas que sejam. É necessário um estúdio técnico cientifico com a sociedade civil organizada e do povo.

Após a realização do diagnóstico, passaríamos à construção de um planejamento viável para o município, com um aporte financeiro, de forma transparente e participativa com o olhar para os acontecimentos globais, pois não somos uma ilha e sim uma minúscula parte do universo geopolítico.
Diante de tais fatos afirmo que a oito meses das eleições municipais não tenho visto gestos concretos de quem quer que seja neste caminho. Corremos o risco de ficar atrás de municípios que tem gestões inteligentes e planejadas, com resultados satisfatórios. A fé sem obras é morta.

Chefe de gabinete da Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe,
Carlos Lisboa

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