Mais uma eleição se aproxima, ou melhor, já chegou faz dias. E em Santa Cruz do Capibaribe, a participação na política, para muitos, é tida como um passa-tempo ou fonte de lazer. Marx acusava a religião de ser o “Ópio do Povo”, aqui temos a maneira de articular e discutir política também funcionando como plano de ação entorpecente.
As malas e as grandes movimentações, regadas a sons estridentes e luzes apoteóticas demonstram um pouco de sua ação alucinógena. Isso numa verdadeira batalha pelo poder, com poucos, ou raros, soldados preocupados com o melhor para a cidade e também com verdadeiros mercenários preocupados com dinheiro e consigo mesmo. Cada comício faz a cidade parar. O número de pessoas e a euforia da massa vai ser a pauta de discussões da semana, mas será que em meio a toda essa euforia sobrará lucidez para discernir qual é a melhor escolha?
Infelizmente, ao longo dos anos, temos acompanhado uma população que faz suas escolhas e torce por determinado grupo político como para um time de futebol. Primeiro com uma escolha influenciada pelos pais desde cedo, por amigos ou por uma apresentação do time, perdão, do político. Só para participar da disputa, da competição, sentir emoção e poder debochar do perdedor.
Na política, é necessário exercer o direito de escolha com plena liberdade, sem ter que satisfazer amigos ou parentes. Não confunda futebol com eleição. Participe dos acontecimentos políticos da cidade não como mero expectador, mas como sujeito agente de transformação. Esqueça a paixão, a bajulação e, acima de tudo, não seja um analfabeto político. Como dizia Bertolt Brecht: O analfabeto político tanto ignora que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o tolo que da sua ignorância política nascem o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, corrupto.
Por: Prof. Tenório
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