terça-feira, 27 de setembro de 2011

Raymundo Aragão o Mito!


Para muitos, Raymundo “foi um político no sentido filosófico do termo, um administrador inconfundível e exageradamente honesto, um ardoroso enamorado de sua terra” (Lisboa, 1991) um “herói, que foi Raymundo Aragão, primeiro prefeito e proclamador da independência da cidade” (Araújo, 2003).

Raymundo Francelino Aragão nasceu aos 27 de setembro de 1911, natural da vila de Santa Cruz (hoje Santa Cruz do Capibaribe), município de Taquaritinga do Norte-PE. Por coincidência, Aragão nasceu na casa onde hoje fica o prédio da prefeitura, o mesmo era o primogênito dos 14 filhos do casal José Francelino Aragão (Seu Dedé) e Raimunda Maria Aragão (D. Dom).

Ainda jovem Raymundo conheceu Petronila Hemetéria de Moraes, Tunía como era conhecida, a mesma era filha de José Moraes da Silva e Maria Lira de Moraes. Tunia tornou-se a eterna namorada de Aragão, com quem se casou aos 19 de fevereiro de 1930, na Igreja onde mesmo havia sido sacristão, ao lado de Tunia Raymundo criou nove filhos.

Raymundo é considerado um mito, pois de 1929 a 1953 esteve presente de forma aguerrida ao lado de seus companheiros na luta pela emancipação de uma vila (Santa Cruz) que crescia mais que sua sede (Taquaritinga do Norte-PE). Seus ideais de emancipação o levaram a três mandatos de vereador em Taquaritinga, 1936 a 1937, 1947 a 1951 representando, assim, sua vila, é sempre bom lembrar que o cargo de vereador nessa época não era remunerado e um terceiro mandato de 1951 a 1955, quando foi eleito primeiro constitucional da cidade de Santa Cruz do Capibaribe-PE como observaremos a diante.

Após mais de 24 anos de luta, o governador Etelvino Lins, em seu mandato de 1952 a 55, no uso de suas atribuições, assinou o documento de emancipação do atual município de Santa Cruz do Capibaribe-PE, em 29 de dezembro de 1953, através da Lei nº 1.818. 

Santa Cruz do Capibaribe tornou cidade, mas o período eleitoral já havia passado, então, para prefeito interino do município, o governador do Estado, Etelvino Lins, nomeou para dirigir o município, o paraibano Teófanes Ferraz Torres (Tenente, oficial da policia militar de Pernambuco).

            Chegando o período das eleições, a disputa para prefeito ficou entre Torres, que tinha renunciado o cargo de prefeito para disputar as eleições, e o proclamado “herói” da independência de Santa Cruz do Capibaribe, Rayimundo Francelino Aragão, onde este, segundo a oralidade era franco favorito, pois em suas passeatas arrastava um grande número de pessoas que entoavam o seu jingle (Araújo, 2003).

É fogo, é lenha,
é Brasa, é carvão.
Raimundo na prefeitura
E o tenente no Batalhão

            O favoritismo de Raymundo Aragão foi comprovado nas urnas, com um colégio eleitoral de 1666 (mil seiscentos e sessenta e seis) votos, dos quais obteve 1.048 (mil e quarenta e oito) votos contra 618 (seiscentos e dezoitos) votos de Torres.

            Santa Cruz do Capibaribe precisava ganhar ares de cidade, pois a mesma já contava com um comércio que se consolidava. Era necessária uma modernização na jovem cidade. Foi aí que surgiu Raymundo Aragão, um dos principais mitos consolidados na oralidade e na historiografia oficial do município

Extraído do livro - Raymundo Aragão Sua vida, suas obras.

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