segunda-feira, 9 de maio de 2011

Encontro de jornalismo reuniu estudantes e profissionais em Caruaru


O 2º Encontro Regional de Jornalismo, que aconteceu neste dia (06), no auditório do ITEP, reuniu estudantes e profissionais numa discussão em torno das novas tecnologias e da rotina de trabalho do profissional. A iniciativa teve como objetivo mobilizar o debate entre os profissionais que atuam principalmente no interior. O evento contou com a presença da diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco (Sinjope) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
A mesa de debate foi composta pelos jornalistas Thiago Marinho, Nataly Queiroz e Andréa Trigueiro, que ministraram palestra sobre o jornalismo e as novas tecnologias. Segundo Thiago Marinho, "É importante o jornalista estar preparado para entrar no mercado multimídia. É preciso pensar nos novos formatos que surgem como meio de informação. Nós temos vídeos, arquivos compartilhados, fotos, áudios, blogs e enquetes. E ao utilizar essas ferramentas, você precisa ter claro o seu objetivo. Muitas vezes, uma foto vai funcionar como uma matéria".
Já a jornalista Andréa Trigueiro, que admitiu ter entrado na geração digital por impulso e pela necessidade de estar em contato com o público jovem, acredita que as novas tecnologias são um desafio para quem começou com uma máquina de datilografar. "Antes, cada um tinha uma atribuição. Agora, a rotina exige que você faça um pouco de tudo e pra minha geração compreender as novas mídias é mais complicado. E nas empresas, a visão sobre essas tecnologias ainda é distorcida. Eu trabalhei numa empresa que proibia a utilização do MSN. A política da empresa defendia que essa ferramenta tirava a atenção do funcionário e acabava atrapalhando o dia a dia. E quando comecei a lecionar, quebrei essa visão, já que todos os meus alunos estavam conectados no MSN".
Para a jornalista Nataly Queiroz, que enfrentou um engarrafamento de mais de duas horas para chegar a Caruaru, as tecnologias da informação possibilitam um caminho para mobilização dos movimentos sociais. "Nós estamos vivenciando um momento de visibilidade dos movimentos, que acabaram se apropriando das redes sociais para disseminar informação e organizar protestos. Isso aconteceu na Tunísia, no Egito. Então, sem as redes sociais, a repercussão dessas ações não teria alcançado tanto espaço. E dentro dessas redes é importante perceber e ter cuidado com o que significa, de fato, a democracia e a liberdade. Tem muito jornalista, por exemplo, disseminando coisas de forma anti ética. A gente precisa ter muito cuidado com as apropriações".
Durante o encontro, o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco foi representado pelos jornalistas Ricardo Mello, Osnaldo Moraes e Rafael Marroquim. A coordenadora do curso de jornalismo da Favip, Rosangela Araújo, marcou presença. E estudantes da Faculdade Joaquim Nabuco também vieram de Recife para participar. Segundo a organizadora do evento, Brena Vila Nova, "O resultado do encontro foi além das expectativas e surpreendeu pela qualidade na discussão e pela proposta de interiorização no acesso à informação entre os profissionais. Eu sinto que a missão foi cumprida. E convido os jornalistas a estarem mais presentes em momentos como esses. É importante criticar, mas também é preciso participar, sugerir e intervir. Nada anda pra frente se não tiver apoio dos passos da coletividade. Acredito na minha profissão e é por isso que proponho a ideia de mobilização. Se cada um fizer sua parte com seriedade e coerência, a gente chega lá".
Por: Brena Vila Nova

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