terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A hora da gestão profissional

Economistas advertem que municípios precisam profissionalizar a administração para aproveitar crescimento de PE


Para atrair mais recursos e empresas e aproveitar a onda de crescimento do Estado, as prefeituras, segundo especialistas em economia, têm a difícil missão de mudar a gestão, tornando-a cada vez mais profissional. “Infelizmente, o processo de administração de muitas cidades ainda é amadora. Não possuem pessoas competitivas para melhorar a gestão do governo municipal”, constatou o economista Jorge Jatobá. Um dos indicadores básicos que apontam o grau de profissionalização da gestão é o quadro de funcionários. “As prefeituras têm que possuir quadros técnicos e administrativos que possam direcionar um certo desenvolvimento autônomo dos municípios e traçar uma política de desenvolvimento regional”, afirma o economista Romilson Cabral.

Outra questão mapeada como um problema é a alta rotatividade, proporcionada pelo elevado números de cargos de confiança e temporários. “O menor o número de concursados em relação aos cargos de confiança mostra gestores menos profissionalizados”, ressaltou Jatobá.

Com os investimentos que chegam aos Estados e os programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família (que incrementam a receita familiar de muitos municípios do interior, gerando mais consumo e maior arrecadação de impostos), algumas secretarias ficam sobrecarregadas e desafiadas a trabalhar com maior eficiência. “As áreas responsáveis pelo planejamento, administração, fiscal e finanças, o núcleo duro das decisões municipais, são aquelas que têm que trabalhar mais nesse momento. São secretarias que teriam que ter jornadas de trabalho mais longas ou ainda operar com mais eficiência no seu horário de funcionamento”, diz Jatobá.

Para o economista Romilson Cabral, quando esse núcleo da gestão municipal não funciona, o desenvolvimento das cidades fica à mercê das decisões governamentais ou ainda federais, que nem sempre são as mais adequadas para os arranjos locais. “Quando não há a discussão das políticas públicas regionalizadas, as cidades ficam a reboque do governo estadual ou governo federal. As regras terminam sendo definidas em Brasília e depois dos prejuízos a população reclama para desfazer o mal feito.” Para Cabral, as vítimas do planejamento mal direcionado, que são as cidades, deveriam participar efetivamente da concepção dos projetos de desenvolvimento, não só de avaliação dos resultados.

Jornal do Comércio

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