"Sei que amanhã quando eu morrer...
os meus amigos vão dizer que eu tinha um bom coração!
Alguns até hão de chorar e querer me homenagear, fazendo de ouro um violão.
Mas depois que o tempo passar, sei que ninguém mais vai se lembrar que eu fui embora.
Por isso é que eu canto assim: se alguém quiser fazer por mim, que faça agora!
Me dê as flores em vida, o carinho a mão amiga para aliviar os meus ais.
Depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidades, quero preces e nada mais..."
os meus amigos vão dizer que eu tinha um bom coração!
Alguns até hão de chorar e querer me homenagear, fazendo de ouro um violão.
Mas depois que o tempo passar, sei que ninguém mais vai se lembrar que eu fui embora.
Por isso é que eu canto assim: se alguém quiser fazer por mim, que faça agora!
Me dê as flores em vida, o carinho a mão amiga para aliviar os meus ais.
Depois que eu me chamar saudade, não preciso de vaidades, quero preces e nada mais..."
Quando escreveu esta pérola de nossa MPB, o compositor parecia ter feito para este quadro registrado por mim às 12hs do dia de hoje. Sol causticante e lá estava eu no cemitério Pedro Paulo de Souza, visitando os túmulos de algumas personaldidades de Santa Cruz do Capibaribe, quando me deparei com um túmulo em total abandono. Veio a curiosidade: mas quem será a pessoa alí sepultada e o que teria feito de tão grave para ser esquecida pela família e pelos amigos? Que mal praticou e porque nem uma cruz com foto e nome para identifica-lo? Para minha surpresa e indignação, descobri tratar-se de uma da maiores expressões artísticas da história da cidade. Ele embalou uma geração e fez muitas pessoas sonharem com suas canções e com sua voz encantadora. Tocava violão e cantava nas serenatas, nos bailes e nas ruas. Era extremamente inteligente e querido pelos amigos. Fez fama ao lado do seu irmão. Insinou seu irmão a tocar violão e mostrou muitos caminhos à ele. Seu irmão fez fama também como cantor, comunicador e depois como político, chegando a prefeitura por dois mandatos consecutivos. Porém, mesmo a frente do executivo municipal por 8 anos, não foi capaz de dar um túmulo a altura do irmão falecido. Um dia disse a alguém "Vou fazer no túmulo do meu irmão um monumento em forma de violão". Mas simplesmente esqueceu. Coisas da vida! O descaso com a memória de Pedro Maia, deixa um sabor amargo nos que conheceram sua personalidade de perto, seu talento e sua importância para nossa cultura. Pedrinho...como era chamado pelos mais íntimos, contribuiu muito com a cultura de Santa Cruz do Capibaribe e não merecia tanto abandono à sua memória. No próximo dia de finados, se for da vontade de Deus, estarei novamente fotografando o local para constatar se esse meu desabafo gerou uma reação na família, sobrentudo, no também artista José Augusto Maia, irmão e herdeiro do talento de Pedro Tavares Maia Filho, nosso inesquecível Pedro Maia.
Marcondes Moreno
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