A imprensa americana está concentrada na questão essencial para o momento: verificar se o crédito está retornando ao sistema, ou seja, se os bancos estão uns emprestando para os outros e se estão emprestando para as empresas, grandes ou pequenas, para pessoas e para as prefeituras.
O noticiário de hoje revela que houve uma leve retomada do crédito, notando-se ainda redução dos juros – que, entretanto, permanecem caros.
De modo geral, considera-se aqui nos EUA que a primeira fase do ataque frontal à crise foi vencida. Com a múltipla ação coordenada de bancos centrais e dos governos dos EUA e da Europa, eliminou-se a ameaça mais grave, a de que ocorresse uma quebradeira de bancos e um colapso do sistema financeiro, levando junto empresas e pessoas que dependem do sistema da investir e consumir.
Os BCs e os governos disseram: os bancos não vão quebrar, os clientes têm seus depósitos garantidos, empréstimos terão garantia oficial e há dinheiro suficiente para isso tudo. Por isso, houve aquela euforia nas bolsas.
Mas, claro, não acabou. Agora vem a segunda fase, a retomada dos fluxos no sistema financeiro – algo que se fará lentamente. Ao mesmo tempo, há a terceira fase: verificar qual o tamanho do estrago já feito, ou seja, qual o tamanho da desaceleração da economia mundial.
De todo modo, avanços notáveis foram feitos. A reação dos governos europeus foi uma agradável surpresa. Depois de seus governantes terem perdido muito tempo denunciando o cassino americano e dizendo que a crise era do capitalismo americano, tiveram um choque de realidade, deixaram a demagogia populista e acabaram apresentando um plano amplo de ataque à crise.
Em especial, o plano montado pelo primeiro-ministro da Inglaterra, Gordon Brown, o que parecia mais indeciso e mais atrasado, acabou sendo o modelo para todos os outros.
A necessidade faz a virtude – como se viu mais uma vez.
por Carlos Alberto da G1
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