Sem chegar a um acordo após a segunda audiência de conciliação, nesta terça-feira (15), os funcionários dos Correios decidiram manter a greve. A reunião entre representantes dos funcionários e da diretoria da empresa aconteceu no Tribunal Superior do Trabalho (TST), em Brasília. Após a primeira tentativa de conciliação, que aconteceu no início da semana passada, o presidente do TST, ministro Rider Nogueira de Brito, reuniu-se diversas vezes com representantes dos funcionários e da empresa. Com base nessas reuniões, ele apresentou nesta terça-feira a última proposta de conciliação. O presidente do TST propôs que a greve fosse encerrada imediatamente e que, em contrapartida, a empresa pagasse o adicional de risco de 30% proporcional ao tempo que o carteiro faz trabalhos externos, retirasse os carteiros do plano de cargos e salários e pagasse 50% do salário dos dias em que os funcionários ficaram parados. Representantes dos funcionários e das empresas têm até a próxima quinta-feira (17) para decidir se aceitam a proposta. Os funcionários debaterão a proposta em assembléia nos estados. É a última tentativa de conciliação apresentada pelo ministro. Caso não entrem em acordo, haverá dissídio e a justiça decidirá se a greve é ilegal. O processo será julgado após o recesso do judiciário, que vai até o dia 1º de agosto. Rider Brito já sorteou o relator do processo, que será o ministro Maurício Godinho Delgado. A greve começou no dia 1º de julho. Mais de 108 milhões de cartas e encomendas já deixaram de ser entregues por causa da greve dos funcionários dos Correios. Segundo o superintendente executivo de Gestão de Pessoas dos Correios, Alberto de Mello, a empresa está tomando diversas medidas para diminuir o atraso. “Com o plano de contingência acreditamos que em 4 ou 5 dias vamos conseguir regularizar os prazos”, conta. Os funcionários querem adicional de 30% do salário por periculosidade. A categoria ainda reivindica revisão no plano de carreira e no programa de participação nos lucros. Segundo os Correios, o adicional de risco foi pago como abono durante seis meses, como previa o acordo com os trabalhadores. A empresa afirma que pratica a distribuição de lucros conforme a legislação vigente.
Flavio Chaves
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