Apesar de todo esse movimento no Congresso para aprovar projeto que proíbe candidaturas de quem tem “ficha suja”, ou seja, condenação em primeira instância, o projeto já aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça não deve avançar.
E não é por conta do calendário eleitoral - ano de eleições e de recesso branco a partir da semana que vem. É que sendores e deputados não concordam com os termos do projeto apresentado pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
O projeto diz que os condenados em primeira instância - portanto, pelo juiz de seus municípios - não podem ter registro de suas candidatos. Os políticos invocam as “perseguições políticas da província” para sacramentar a gaveta como destino do projeto. De fato, uma briga política local pode gerar um processo e até uma condenação em primeira instância.
Mas só vamos saber se o Congresso quer mesmo ou é só discurso político impor barreiras a candidatos verdadeiramente ficha suja se modificações forem feitas ao projeto - e não apenas remetê-lo ao arquivo. É que o Congresso poderia alterar e estabelecer a condenação em segunda instância como parâmetro para o não registro da candidatura e outras exigências. Mas, até agora, importantes políticos só falam da “demagogia” do projeto original - e nada de discutir e propor mudanças.
Cristiana Lôbo (Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário